O Secretário Municipal de Saúde,
Marcel Jandson Menezes, juntamente com a equipe de profissionais da área de
epidemiologia participaram de uma reunião com os profissionais da Escola
Municipal Zélia Conceição nesta quinta-feira, 21. O encontro ocorreu um dia
após o estabelecimento suspender as aulas presencias em razão da confirmação de
alunos diagnosticados com a Covid-19.
Teddy Menezes e sua equipe explicaram como funcionam os principais tipos de testagem de Covid-19 e informaram que as pessoas que tomaram vacina testarão positivo no exame de PCR.
A suspensão das atividades
presenciais estão previstas nos protocolos de biossegurança para o retorno das
aulas, documento pelo qual a direção da escola se fundamentou para tomar a
decisão. Teddy Menezes, como é conhecido, parabenizou a direção escolar e toda
equipe por terem cumprido fielmente o regulamento.
Este não foi o primeiro caso de
estudante testado positivo com Covid-19, entretanto, a situação da Zélia
Conceição ganhou maior repercussão devido a paralisação prevista nos
protocolos. Localizada no bairro Nova Esperança, a Escola Zélia Conceição suspendeu
as aulas presenciais nesta quarta-feira, 20, pelo período de 14 dias corridos.
A retomada poderá ocorrer antes do cumprimento deste prazo, desde que
os protocolos sejam alterados.
A decisão ocorreu após a informação
de que pelo menos três estudantes testaram positivo para a Covid-19. Em princípio,
os alunos contraíram o vírus fora do ambiente escolar, conforme relato dos
próprios familiares. De acordo com os protocolos, bastava um aluno testar
positivo para que todas as aulas presenciais fossem suspensas.
Embora os professores, equipe
gestora e pais de alunos tenham concordado em obedecer os protocolos de
biossegurança, grande parte deles questiona o fato de o município permitir a
realização de eventos com aglomerações e outros descumprimentos aos cuidados
antes exigidos. Se por um lado os profissionais da educação se preocupam com a
saúde dos alunos e por isso se cumpriu rigorosamente os protocolos, por outro também há um consenso de que as aulas remotas não
têm o mesmo aproveitamento das presenciais. Também há pais que criticam o fato
de que somente as escolas estariam adotando os protocolos, enquanto que fora do
ambiente escolar as crianças ficam expostas a maiores riscos.
No encontro, o Secretário de Saúde
admitiu que os protocolos que regem o funcionamento das aulas pós-covid
precisam ser atualizados em conjunto com a Secretaria de Educação e que devem atender
a nova realidade do município. “Quando o
documento foi elaborado, a situação era totalmente diferente. Hoje não temos
mais casos graves de pacientes com Covid-19, todos os servidores foram
vacinados e não temos mais registros de óbitos faz alguns meses”, explicou
o Secretário Teddy Menezes.
Mesmo durante o pico da pandemia, Laranjal do Jari não teve nenhum óbito de criança e adolescente com Covid-19. A maioria das crianças costuma ser assintomática ou apresentar sintomas leves, afirma Werther Brunow de Carvalho, professor titular de Terapia Intensiva e Neonatologia do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Levando-se em conta as evidências
científicas de que a maioria das crianças não é acometida pela forma grave da
Covid-19 e os números baixos de internações e mortes nessa faixa etária quando
comparados à população em geral, alguns especialistas argumentam que os
prejuízos causados pela suspensão das aulas presenciais não se justificam.
Mais de 5 milhões de crianças e
adolescentes de 6 a 17 anos ficaram sem acesso à educação no Brasil em 2020
devido à Covid-19 – no ano anterior, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) apontaram que esse número era de 1,1 milhão.
Para Florence Bauer, representante
do Unicef no Brasil, o país corre o risco de regredir mais de duas décadas no
acesso à educação de meninas e meninos devido à medida. O médico infectologista Marco Aurélio Sáfadi
tem a mesma opinião. “O fechamento das
escolas causa diversos impactos no desenvolvimento das crianças, desde o atraso
na aprendizagem, até problemas na nutrição, na saúde mental, na socialização e
na proteção contra a violência”, afirma.
Para o profissional, a reabertura
deve ser feita o quanto antes – desde que sejam garantidas as condições
sanitárias para a segurança das crianças, dos professores e da comunidade, como
indica um estudo realizado nos EUA e publicado na revista científica Science.
Os professores da Escola Zélia
Conceição manifestaram a preocupação com os prejuízos das aulas à distância e o
desejo de trabalharem presencialmente, entretanto, também demonstraram a necessidade
de estarem amparados pelas normatizações.
É importante destacar que mesmo
depois de vacinadas, as pessoas correm o risco de contrair o vírus. Por essa
razão, é importante manter os protocolos contra a Covid-19, fazendo o uso da
máscara, higienização das mãos e mantendo o distanciamento social.
Da Redação do TV
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