Enquanto o governador Waldez Góes alardeia que disponibilizou R$ 4
milhões para a linha de crédito "Sinistro e Calamidade" para mitigar
os efeitos da enchente nas atividades econômicas dos municípios do Sul do Amapá
atingidos pelas enchentes, os comerciantes alegam que o governador anuncia uma
coisa, mas na prática a situação é totalmente diferente.
De acordo com o GEA, mais de 400 empreendedores formais e informais já teriam sido atendidos nos municípios de Laranjal do Jari e Vitória do Jari. Destes, mais de 240 seriam de Laranjal, entretanto circulam alguns vídeos na internet onde os comerciantes laranjalenses desmentem essas informações.
Em um desses vídeos, um comerciante do segmento de frutas disse que servidores do Afap teriam feito registros fotográficos de todo o seu estabelecimento e ainda de familiares. Também teriam questionado sobre as suas despesas pessoais, com alimentação e até quanto ele tinha em espécie. “Achei estranho ter que fazer toda essa exposição, já que mostrei o livro-caixa, relatórios de entrada e saída, declaração do imposto de renda e estamos sem restrições bancárias. Exigiram até comprovante de FGTS, sendo que a gente não tem funcionários”, alegou.
O Jornal Tribuna do Vale teve acesso a uma ficha com a relação dos documentos exigidos pelo Afap e chamou atenção a observação de que durante a carência o cliente pagará os juros. Outro detalhe é que os juros de 1,5% e 1,7% ao mês estão no mesmo nível daqueles cobrados pelos demais bancos estatais no sistema de consignação.
Em entrevista para o Tribuna do Vale neste sábado, 28, o governador Waldez Góes declarou que o governo está se preparando para o pós enchente e para as atividades que devem ser retomadas.
Questionado sobre as críticas a burocracia da Afap, WG disse que a
agência é regulada pelo banco central, então, obrigatoriamente deve se submeter
as regras do sistema financeiro. “Entendemos as dificuldades dos empreendedores
que estaremos colocando recursos noutra linha de crédito chamada Fundmicro, que
é menos burocrática. Hoje reunimos com o diretor da Afap, prefeito Márcio e
outros agentes para trabalharmos com essa possibilidade”, argumentou.
Diferentemente do que deixa a entender nas notícias institucionais do GEA, Waldez afirmou ao repórter Francisco Barbosa que cerca de 100 comerciantes teriam conseguido contrair o financiamento.
Como se não bastasse a recessão econômica do nosso país, desde o início
do ano 2020 parte dos comerciantes de Laranjal do Jari tem sofrido duros golpes
nos seus negócios. Primeiro tiveram que fechar seus estabelecimentos por causa
da pandemia e agora os comércios das áreas baixas da cidade tiveram que fechar
as portas por causa da enchente. Com despesas para quitar e sem entrar nada em
caixa, alguns temem não conseguirem reabrir as lojas.
Ivan Lopes, da Redação do Tribuna do Vale.
Nenhum comentário:
Postar um comentário