CEA PODERÁ FAZER DEMISSÕES EM MASSA E SINDICATO EXIGE MESMO TRATAMENTO DADO AOS EX-SERVIDORES DO BANAP
A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) está com os dias
contados após a decisão do Ministério das Minas de Energia de privatizar o
serviço de distribuição no Estado em 2017. Contudo, pior é o cenário futuro dos
funcionários da companhia, especialmente os concursados. O Sindicato dos
Urbanitários faz algumas articulações para salvar o máximo possível de
empregos, mas pode haver demissões em massa na estatal.
No total, a CEA possui 499 funcionários efetivos, entre
concursados e do ex-Território Federal do Amapá, que a nova empresa que fará a
distribuição não deverá aproveitar, a exemplo do que ocorreu em outras capitais
onde houve a privatização do setor.
Uma das saídas, no caso dos funcionários que trabalham na
estatal desde a época do território é aproveitar a janela da PEC 69 para
transferir os servidores aos quadros da União. A chamada ‘transposição’ já vem
ocorrendo desde o ano passado com outras categorias que prestam serviços para o
governo do Estado e prefeituras da capital e do interior.
Essa é a parte menos difícil de resolver. A mais difícil é
convencer o governo do Estado a repetir o gesto que teve com o extinto Banco do
Amapá (Banap), fechado em1996 pelo Banco Central depois de uma tentativa
bilionária de golpe. Depois de muita análise, os funcionários do banco foram
absorvidos pelo governo do Estado.
“Com os concursados da CEA que entraram entre 2007 e 2011 a
empresa privada não vai permanecer com esses funcionários. O cenário é o pior
possível. Estamos negociando o mesmo tratamento dado ao Banap, afinal é uma mão
de obra qualificada e temos uma questão social com impacto muito forte”,
comentou o presidente do Sindicato dos Urbanitários, Audrey Cardoso.
O sindicato também está preocupado com os funcionários
terceirizados que atuam em empresas contratadas para fazer a manutenção da
rede, corte e religação.
“Esse pessoal já ganha muito pouco, uma miséria para se
arriscar”, criticou o sindicalista.
Entre outros efeitos da privatização estão as tarifas caras,
e falta de investimento social, especialmente para atender as comunidades de
difícil acesso e pouco lucrativas como as ribeirinhas.
E a conta deve aumentar ainda mais. No Pará, onde a
distribuidora foi vendida, a tarifa é o dobro da do Amapá.
*Com informações de Seles Nafes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário