quinta-feira, 18 de abril de 2019

JARI CELULOSE ANUNCIA PARALISAÇÃO DA FÁBRICA POR ATÉ 6 DIAS

Parque fabril da Jari Celulose - Foto: Heider Torres (arquivoTV) 


          Em nota oficial, a empresa Jari Celulose informou que a fábrica, localizada no distrito de Monte Dourado, suspenderá as suas atividades com prazo estimado de até 6 dias. A causa da paralisação temporária, segundo a empresa, é a falta de recursos para aquisição de insumos básicos e combustíveis.

         A falta dos recursos teria ocorrido em função de uma retenção de dinheiro feita pelo Banco do Brasil, e de acordo com a empresa, o ato da instituição financeira seria indevido, razão pela qual a Jari Celulose moveu uma ação judicial pleiteando o desbloqueio dos referidos recursos.

         Em entrevista ao Programa Laranjal Notícias, Ivanildo Uchôa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel e Celulose dos Estados do Pará e Amapá – SINTRACEL, informou que o pagamento dos trabalhadores estava previsto para ser realizado no último dia 5 de abril, entretanto, a expectativa não se efetivou em função de o Banco do Brasil ter feito o bloqueio de R$ 25 milhões. Esse valor seria utilizado pela empresa para o pagamento de insumos, combustíveis e salários dos servidores e fornecedores.

         De acordo com Uchôa, a juíza da Vara Cível de Laranjal do Jari determinou que o Banco devolvesse o recurso, entretanto, o Bando do Brasil não acatou a ordem judicial e entrou com um recurso para manter o bloqueio. Diante da situação, a magistrada realizou nova determinação, desta vez solicitando o desbloqueio imediato de apenas R$ 8 milhões, os quais teriam como objetivo a quitação da folha salarial.

         O representante do Sintracel disse que está na expectativa sobre a decisão do Banco do Brasil, se cumpre a decisão judicial ou se entra com uma nova ação para evitar o desbloqueio. O Banco do Brasil é um dos credores da Jari Celulose.

         Uchôa revelou que foram embarcados no último navio 2,5 mil toneladas de celulose e que a empresa Jari Celulose é responsável por cerca de 2 a 2,5 mil trabalhadores diretos e indiretos.

         A Jari Celulose, que é controlada pelo empresário Sérgio Amoroso, está em negociações com investidores para vender uma parte ou totalidade de seu negócio. Segundo Uchôa, há fortes especulações de que o parque fabril seja negociado ainda neste ano, mais precisamente no início do segundo semestre, e que a área de floresta cultivada permaneça sob o controle do Grupo Orsa.

Instalada em município de Almeirim, no Estado do Pará, a fábrica da Jari é responsável pela maior parte dos empregos na divisa dos Estados do Pará e Amapá e acumula dívidas de R$ 1,2 bilhão. A entrada de um sócio é vital para manter as operações da companhia, especializada em celulose solúvel (usada para a produção de tecido).

Apesar das dificuldades enfrentadas, a expectativa da empresa é positiva. De acordo com matéria publicada pelo Jornal O Estado de São Paulo, o aumento do preço da celulose no mercado internacional e o movimento de consolidação do setor – que ganhou força após a fusão entre Suzano e Fibria -, os acionistas da Jari Celulose começaram a se articular para buscar um sócio para o negócio e evitar uma recuperação judicial, afirmaram fontes próximas às negociações.

Ivan Lopes, da Redação do Tribuna do Vale. 


        

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