quarta-feira, 27 de maio de 2020

GOVERNO VAI AMPLIAR LEITOS PARA ATENDER PACIENTES COM COVID-19 EM LARANJAL DO JARI


Governador Waldez Góes define investimentos na área da saúde para o município de Laranjal do Jari - Foto: Márcio Pinheiro/GEA

Os 11 novos leitos irão atender casos graves da doença. Decisão foi tomada durante reunião com o prefeito do município, Márcio Serrão.

O Governo do Amapá vai ampliar atendimento de saúde em Laranjal do Jari, município na região sul do estado. Serão 11 novos leitos para pacientes em estado grave infectadas pelo novo Coronavírus (covid-19). O anúncio foi feito pelo governador Waldez Góes, na noite desta terça-feira, 26, em reunião no Palácio do Setentrião.

As medidas fazem parte das ações de investimento e assistência aos municípios amapaenses. No dia 22 de maio, o governador reuniu com o prefeito e anunciou a medida. Após o estudo de viabilidade, a equipe de saúde identificou a necessidade de 11 leitos para atender os casos mais graves da doença, evitando que se desloquem para Macapá. Os novos leitos serão implantados no Hospital de Laranjal do Jari, em uma ala exclusiva para tratamento de pacientes com Covid-19.

O Governo já implantou 16 leitos no município, que dispões ainda de duas unidades hospitalares do Estado para atendimentos de pacientes infectados: o Hospital Estadual de Laranjal do Jari e Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Com união e trabalho em conjunto entre governo e prefeituras, vamos conseguir vencer essa pandemia. Estamos dialogando com os prefeitos e buscando mecanismos para ampliar o atendimento, afirmou o governador Waldez Góes.

Para o prefeito do município, o diálogo mantido pelo governo com as prefeituras é importante para enfrentar a pandemia.

Os municípios passam por várias dificuldade para combater a covid-19. Esse apoio, com a abertura de mais leitos, é fundamental. Nós estamos prestando o atendimento básico e o governo atuando caso o paciente se agrave, disse Márcio Serrão.

Também participaram da reunião a deputada estadual Aline Serrão e o secretário de Estado da saúde, Juan Mendes, e do município, Marcel Menezes.

Fonte: Ascom/GEA





quinta-feira, 21 de maio de 2020

COM CRESCIMENTO EXPONENCIAL DO NÚMERO DE INFECTADOS E MORTOS PELA COVID-19, PREFEITO DECRETA "LEI SECA" EM LARANJAL DO JARI




De acordo com o decreto nº 173 assinado ontem, 20,  pelo prefeito Márcio Serrão, fica totalmente proibida a comercialização de bebidas no município de Laranjal do Jari enquanto durar o decreto nº 164 assinado pelo gestor no último dia 18, que regulamenta o lockdown. O período de vigência das medidas mais severas visando conter a expansão do coronavírus é de 10 dias, podendo ser prorrogado.

A medida pegou a todos de surpresa, inclusive os donos de distribuidora de bebidas, já que o decreto assinado apenas dois antes não mencionava nada sobre este importante setor econômico e o gestor municipal semanas antes garantia que não iria tomar medidas mais severas e que contava com a consciência da população. Ocorre que a população não ajudou, os números de covid-19 subiram maciçamente, assim como o índice de ocorrências envolvendo consumo de bebidas. De acordo com uma enquete publicada pelo Tribuna do Vale, 93% da população laranjalense pedia a ampliação das medidas restritivas.

Ontem, 20, o município atingiu o total de 350 pessoas com a covid-19. Um dia atrás eram 301 casos. Há 25 óbitos confirmados pela doença, além de 2 que aguardam resultados. Além disso, há 336 suspeitos e 132 já se recuperam da doença. Sem testes em massa, esses números representam uma pequena amostragem da realidade.

Laranjal do Jari possui a 3ª maior população do Amapá, mas há semanas ocupa o 2º lugar no número de óbitos pela covid-19. O município de Santana, com 2,5 vezes a população laranjalense tem o total de 16 óbitos. O Amapá chegou nesta quarta-feira aos 4.549 casos confirmados do novo coronavírus; destes, 142 foram a óbito; 3.059 estão em tratamento; e 1.348 são considerados recuperados.

No documento, o prefeito considera que a OMS sugere que os governos possam proibir a venda de bebidas alcoólicas durante a pandemia, pois o álcool reduz a imunidade e pode, consequentemente, aumentar as chances de contaminação pela covid-19.

Além disso, o gestor considera os decretos anteriores do município e do Governo do Estado, além de atentar para a capacidade de atendimento hospitalar de Laranjal do Jari.

Quem ousar descumprir o decreto e for flagrado pelos agentes de segurança pública, sofrerá sanções como advertência e multa de até R$ 150,00 para pessoas físicas, MEI, ME, EPPs e até 50 mil para pessoa jurídica de médio e grande porte, além da apreensão da mercadoria. Na prática, enquanto durar o lockdown, estará proibida a comercialização de bebidas alcoolicas no município laranjalense.

Ivan Lopes, da Redação do Tribuna do Vale.







DECRETO ASSINADO ONTEM, 18, PELO PREFEITO DE LARANJAL DO JARI INSTITUI O LOCKDOWN





Estabelecimentos essenciais continuarão funcionando e não haverá rodízio de veículos particulares. O decreto visa conter o avanço do coronavírus (covid-19) no município de Laranjal do Jari e será válido por 10 dias, podendo ser prorrogado.

Ontem Laranjal do Jari atingiu oficialmente o número de 23 óbitos e mais 2 casos em investigação, 271 casos confirmados, 105 pessoas recuperadas e 335 suspeitos.
De acordo com o texto, fica proibida a circulação de pessoas, salvo por motivo de força maior, justificada nos caos de aquisição de gêneros alimentícios, medicamentos, produtos médico-hospitalares, produtos de limpeza e higiene pessoal.

Pacientes ou seus acompanhantes também ficam livres para deslocamento até as unidades de atendimento, tratamentos, exames, etc.

Aqueles que necessitem fazer operações de saque e depósito de dinheiro, inclusive obtenção ou recebimento de auxílios financeiros ou através de bens de consumo concedidos pelo poder público também serão protegidos pela lei.

Todas as pessoas deverão usar máscaras aos saírem de suas casas e adotar as medidas de proteção contra o coronavírus. A circulação de pessoas nos casos permitidos deverá ser comprovada através da apresentação de documento oficial com foto, receitas médicas, cupons fiscais e outros documentos.  Pessoas em trânsito para os locais de trabalho deverão apresentar identidade funcional ou declaração do empregador.

A partir de agora serão autorizados o funcionamento de 40 táxis diários com lotação máxima de 3 passageiros por vez. Já no caso do mototáxi, serão autorizados 76 veículos por dia.

O decreto prevê sanções como advertência e multa de até R$ 150,00 para pessoas físicas, MEI, ME, EPPs e até 50 mil para pessoa jurídica de médio e grande porte.
A lei não faz menção à venda de bebidas alcoólicas, portanto, haverá sanções para aquelas distribuidoras que insistirem em fazer entrega de bebidas após as 19 horas.

O decreto nº 164, assinado pelo prefeito de Laranjal do Jari, Márcio Serrão, acompanha basicamente o decreto de "lockdown" publicado pelo Governo do Amapá, com pequenas alterações.

Ambos decretos preveem regras mais rígidas para reduzir a circulação de pessoas e veículos nos 16 municípios, limitando o passeio público apenas a trabalhadores de serviços essenciais e cidadãos que comprovem a necessidade de deslocamento.
Mais informações em instantes.

Atualizado às 11h20min de 19/05/2020
Ivan Lopes, da Redação do Tribuna do Vale.




terça-feira, 19 de maio de 2020

LARANJAL DO JARI: MORRE O VEREADOR DONATO SILVA DEPOIS DE 24 DIAS DE LUTA CONTRA A COVID-19





Na última sessão que participou, o parlamentar cobrou das autoridades atenção aos moradores do interior. “As pessoas das comunidades também são seres humanos, também são gente, e correm riscos de pegar essa doença”, destacou.

Claudio Chaves
(com colaboração do blog https://tribunadovaleblog.blogspot.com)


Na tarde de hoje, o vereador Donato Silva, 58 anos, entrou para a triste estatística como o 24º óbito por covid-19 no município de Laranjal do Jari, o terceiro em população e 2º em casos de morte pela pandemia, ficando atrás apenas da capital (Macapá) e Santana, destacando que Macapá, em termos de população, mais de seis vezes maior do que Laranjal do Jari; e Santana, duas vezes.

          Antes de ser eleito um dos 09 vereadores do município, Donato trabalhou como vigilante na iniciativa privada. Depois de algumas tentativas como candidato ao Parlamento Municipal, foi eleito em 2016, pelo Partido da República (PR), com 581 votos, sendo o 8º na ordem decrescente de votação. Em 2012, pelo mesmo partido, Donato ficou como suplente de vereador, obtendo 466 votos.

          A última sessão legislativa que o parlamentar participou foi no dia 14 de abril – sessão transferida para esse dia (terça-feira) em razão do feriado da sexta-feira da paixão (dia 10/04), na semana anterior.

          Por uma espécie de ironia, naquela que seria sua última sessão, a breve intervenção do vereador foi exatamente pra cobrar cuidados em relação ao avanço da pandemia no município, especialmente no interior. “Aqui fora, já não temos tanta segurança; imagine no interior”, disse ele, citando as comunidades de Água Branca, São Pedro, e Conceição do Muriacá, de onde, segundo ele, estava recebendo várias ligações de pessoas “totalmente desesperadas por causa desse coronavirus”. A grande preocupação dos moradores, segundo Donato relatou, era com os barcos vindos da cidade de Santana, que adentravam as comunidades. “Segundo o pessoal da Saúde, o decreto do presidente não atinge às comunidades, somente a cidade. Mas as pessoas das comunidades também são seres humanos, também são gente, e correm riscos de pegar essa doença”, destacou. 

          Ao se despedir naquela sessão, o vereador pediu a união dos prefeitos (Márcio, Dielson e Adriane) dos 3 municípios no enfrentamento da covid-19, “principalmente no que respeita aos rios. Já me informei: não há nada que o vereador possa fazer. No rio, é com a Marinha; e na BR, com a Polícia Federal”, concluiu.

          Uma das últimas ações de Donato como parlamentar, foi exatamente um requerimento ao Prefeito Márcio Serrão (de Laranjal do Jari) para que a BR 156, que liga o Município a capital fosse fechada para ônibus. O requerimento foi feito no dia 07 de abril. No dia seguinte, a tráfego de ônibus foi suspenso. O vereador disse que não sabia se a suspensão se deu em decorrência de seu requerimento. “Mas fiz minha parte”, disse ele.

          No domingo, 26/04, o vereador foi internado no Hospital Estadual de Laranjal do Jari (HELAJ) com suspeita de covid-19. Logo foi diagnosticado com chikungunya e pneumonia. Posteriormente, o teste para covid-19 também deu positivo. O quadro do parlamentar se agravou. Ele foi transferido para a capital (Macapá), mas veio a óbito na tarde de hoje, 18/05.

          Donato é natural de Macapá. Mas fez carreira profissional e política em Laranjal do Jari. Deixa a esposa e três filhos.

            A Câmara de vereadores, através de sua página no Facebook, postou a seguinte nota: “A Câmara de Vereadores de Laranjal do Jari em nome de todos os Vereadores e funcionários, manifesta profundo pesar e condolências pelo falecimento do Vereador Donato Silva ocorrido hoje 18 de maio de 2020.

Diante desta perda irreparável, rogamos a Deus conforto espiritual e nos solidarizamos com toda família e amigos em reconhecimento aos serviços prestados a este município”.

          O suplente do vereador Donato é Aldiedson Barbosa Melônio.

          Segundo o último Boletim Epidemiológico, atualizado pela Prefeitura de Laranjal do Jari ao meio dia de hoje, havia 335 casos suspeitos; 60 casos descartados; e 271 confirmados. Dos confirmados, 105 recuperados, 13 hospitalizados, 130 em isolamento domiciliar, e 23 óbitos – até esta atualização, a morte do vereador ainda não havia sido confirmada.


quinta-feira, 14 de maio de 2020

237 CASOS CONFIRMADOS DE COVID-19, 17 ÓBITOS E MAIS DE 2 MIL PACIENTES ATENDIDOS COM PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS EM LARANJAL DO JARI

UBS Enfermeiro Ruinaldo Nascimento

O isolamento social é o único meio de evitar a rápida proliferação do vírus e ao sentir o primeiro sintoma, o paciente deve correr para a UBS Ruinaldo Nascimento, no Bairro Castanheira, porque as chances de cura são muito altas se tratado no início, adverte o Secretário Municipal de Saúde de Laranjal do Jari, Marcel Jandson Menezes, conhecido por Ted.

Ontem, 14, o município atingiu o total de 237 pessoas com a covid-19. Um dia atrás era 204 casos. Há 17 óbitos confirmados pela doença, além de 2 que aguardam resultados. Além disso, há 315 suspeitos e 91 já se recuperam da doença. Sem testes em massa, esses números representam uma pequena amostragem da realidade. 

Entre os dias 3 de abril e 11 de maio foram sepultadas 54 pessoas em Laranjal do Jari. A grande maioria faleceu em consequência de problemas respiratórios, inclusive da insuficiência respiratória aguda. Em quatro dias -  entre os dias 8 e 11 deste mês - , foram enterradas 12 pessoas. Embora os números por covid-19 possam ser questionados, o que não pode ser ignorado é o número crescente de óbitos em Laranjal do Jari, especialmente se tais dados forem confrontados com a média de mortes naturais dos meses anteriores. O crescimento foi, no mínimo, de 5 a 6 vezes. 

Nesta última quinta viralizou nas redes sociais um vídeo sobre a abertura de covas no cemitério municipal Debora Macena de Laranjal do Jari. Para quem ver aquelas imagens pela primeira vez, pensa que aquela ação é inédita, mas ela já vem se repetindo há algumas semanas. Cavam-se em média de 20 covas porque os coveiros já não conseguem mais atender a demanda e infelizmente elas são ocupadas a cada 7, 8, 9 ou 10 dias.


A UBS Ruinaldo Nascimento tornou-se a unidade de referência para atendimento de pessoas com problemas respiratórios. Do dia 12 de abril a 11 de maio foram atendidos 2.010 pacientes e um total de 3.618 receitas de medicamentos. Desse total, acredita-se que pelo menos 1.800 seja portadores da covid-19. “A grande maioria dos pacientes não precisa de internação, mas é imprescindível que façam o tratamento imediatamente para a doença não evoluir”, explicou. Vale destacar que estes são os números oficiais. Há estudos que comprovam que os números reais que não são notificados (chamados de subnotificações), são 8 até 14 vezes mais, afinal, muitos sentem os sintomas, mas não procuram o serviço de saúde. 

A cloroquina, por se tratar de um medicamento para pacientes mais graves e existir uma pequena quantidade no estoque, tem sido racionado e tem sido receitado prioritariamente aos pacientes acima de 50 anos de idade, entretanto, o secretário prevê que em breve a situação seja regularizada e todos possam ter acesso ao hidroxicloroquina de acordo com a prescrição médica. 

De acordo com o Secretário Ted, o problema não é a falta de recursos financeiros para fazer aquisição dos medicamentos, mas a falta dos produtos nos fornecedores e o transporte dos mesmos, tendo em vista que o número de voos entre Macapá e os demais estados do país foi reduzido drasticamente.  O colapso não é somente da rede pública, mas de todo o sistema que envolve, inclusive, os laboratórios e as farmácias particulares. Um exemplo disso é que faltou azitromicina nas farmácias da cidade, mas felizmente nós conseguimos manter um estoque para os pacientes com sintomas da covid-19”.

Apesar de todos dados preocupantes, o município até agora conseguiu receber menos de 400 unidades e estes são utilizados prioritariamente nos servidores da saúde por uma questão lógica: Se um profissional da saúde estiver doente e em atividade corre o risco de contaminar os demais colegas de trabalho e pacientes.

Os exames de raio-x com uma plataforma inteligente tem auxiliado bastante no diagnóstico da covid-19 através da imagem dos pulmões. Este procedimento mais moderno usado em Laranjal do Jari se restringe a aproximadamente dez municípios em todo o país.

Ivan Lopes, da Redação do Tribuna do Vale. 
Atualizado às 06h00min de 15-05-2020

terça-feira, 12 de maio de 2020

MESMO SE APROXIMANDO DE 20 ÓBITOS PELA COVID-19, LARANJAL DO JARI SEGUE EM ÚLTIMO NO ISOLAMENTO SOCIAL

UPA DE LARANJAL DO JARI | Referência em internações de pacientes com covid-19


93% da população laranjalense é favorável à ampliação de medidas restritivas no combate ao Coronavírus. No ranking de isolamento social dos municípios amapaenses, Laranjal segue em último com 47,9%.  

A depender do apoio popular, as autoridades de Laranjal do Jari não teriam dificuldade alguma para adotar protocolos mais rígidos quanto às medidas restritivas que visam impedir a proliferação do coronavírus. Esse suporte vindo da população de forma predominante pode ser constatado através do resultado de uma enquete realizada através da fanpage do Jornal Tribuna do Vale, na qual 93% dos participantes apoiaram medidas mais rígidas contra apenas 7% que preferem deixar as regras como estão.

Foi perguntado ao leitor se ele era a favor que sejam adotadas medidas mais restritivas à população de Laranjal do Jari com o objetivo de conter a expansão da Covid-19 pelos próximos dias, e dentre as medidas relacionamos o uso obrigatório de máscaras em todos espaços de uso coletivo (comércios, ruas, praças, etc) sob pena de multa e proibição de aglomeração desnecessária e que envolvam bebidas alcoólicas.

O apoio popular a medidas mais rígidas parece contraditório quando se compara o com o índice de isolamento real dos moradores, pois de acordo com o G1 Amapá, Laranjal do Jari tem o pior índice de isolamento social dentre os 16 municípios, que é de 47,9%. A situação melhorou um pouco, pois há uma semana era de apenas 37,2%. Serra do Navio, com 71,1%, tem a liderança no ranking de colaboração dos moradores amapaenses.    

Na prática, o município de Laranjal do Jari tem contribuído com quase metade do que as autoridades sanitárias afirmam ser necessário para reduzir as contaminações, que é de 70% de isolamento social.

Uma parte da população tem levado o assunto e a quarentena a sério, entretanto, há uma parte – embora cada vez menor – que ainda insiste em fazer reuniões com grandes grupos de pessoas, confraternizações e até aglomerações em espaços públicos. O cais de arrimo, do Sagrado Coração, por exemplo, tem se transformado num desses points nos últimos domingos.

Até a manhã de hoje, 12/05, Laranjal do Jari possui 180 pacientes confirmados com covid-19, sendo que 50 destes já foram recuperados. Outro número que assusta a cada dia é o de óbitos. O 3º maior município em população do Amapá ocupa o 2º lugar no número de mortes pela covid-19 com 12 casos confirmados e 5 em investigação. Ontem, faleceram mais 3 pacientes que ainda não entraram no boletim diário.

Para efeito de comparação, Laranjal do Jari tem uma população estimada pelo IBGE de 50.410 pessoas e 12 mortes pela covid. Santana, que é o 2º município mais populoso do Amapá, possui 121.364 habitantes e 10 vítimas fatais. 

A UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) de Laranjal do Jari transformou-se no centro de referência para internações de pacientes com a covid-19. No início da semana passada os 16 leitos e os 4 respiradores mecânicos já estavam 100% ocupados. Houve caso de paciente em estado grave que para não morrer à míngua, foi transferido por via terrestre para Macapá, o que já comprova claramente que o sistema público de saúde local está em colapso. Aeronaves sem UTI não transportam pacientes com baixa saturação do oxigênio, pois representa um grande risco de morte durante o voo.

A situação não está pior porque há uma relação estreita e uma notória parceria entre a rede estadual e a municipal. Na semana passada, por exemplo, a UPA, que funciona sob a responsabilidade do Estado, iria ficar sem os medicamentos específicos para pacientes intubados, porém a prefeitura conseguiu fazer a aquisição dos produtos na véspera para que se mantivessem os internados vivos.  

Alguns estudiosos indicam que os municípios ou Estados devem implantar o lockdown  quando a localidade atingir 80% da sua capacidade de atendimento. Raquel Stucchi, integrante da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explica que o momento de se pensar em lockdown é quando há um aumento expressivo do número de casos e, consequentemente, de óbitos, e uma estrutura hospitalar insuficiente para atender à demanda.

É necessário o lockdown porque, na hora que se tira forçosamente as pessoas, obrigando a todas que fiquem em casa, há a diminuição da velocidade de transmissão; logo, a diminuição das pessoas que vão precisar de hospital”, afirma Stucchi.

Ela alerta, no entanto, que as autoridades e a população brasileiras precisam compreender que a medida não tem um efeito imediato. Isso porque, mesmo depois de duas semanas da implementação do lockdown, ainda irão aparecer novos casos de covid-19, uma vez que o diagnóstico pode acontecer até 15 dias após a contaminação.

Stucchi afirma que o isolamento social como tem sido praticado seria suficiente se a população respeitasse à risca a medida, o que não tem ocorrido. As taxas de isolamento que deveriam se manter entre 60% e 70%, em Laranjal do Jari demorou a atingir metade disso.

Mesmo que reconheçamos o esforço de alguns profissionais em prestar informações sobre os dados e estatísticas sobre a covid-19 no município, há alguns dados oficiais que não refletem a realidade nem de longe. Há estudos que apontam que para cada caso notificado (informado aos governos) existem cerca de 8 que permanecem desconhecidos, entretanto, esta diferença pode ser muito superior, a depender, por exemplo, da quantidade de testagem na população. Em algumas localidades a subnotificação pode alcançar a relação de 14 para cada caso oficializado.

CEMITÉRIO DE LARANJAL DO JARI | número de óbitos por mortes naturais mensais aumentou 6 vezes

Entre 3 de abril e 5 de maio foram sepultadas em Laranjal do Jari aproximadamente 40 pessoas de mortes naturais. Este número é cerca de 6 vezes maior do que a média de óbitos dos últimos meses, sendo que na esmagadora maioria destes pacientes foram à óbito por problemas respiratórios, inclusive insuficiência respiratória aguda. Sempre haverá “negacionista” tentando relativizar os números e colocar as informações em dúvida, entretanto, as informações oficiais também ficam longe de ser unanimidade, ainda mais porque elas não tem sido divulgadas na totalidade ou da forma como as pessoas entendam.


Se as subnotificações não revelam os dados mais negativos, por outro lado elas também escondem os dados positivos. Para cada pessoa que faleceu ou foi internada gravemente, há várias outras que apresentaram os sintomas da covid-19, mas optaram por fazer tratamentos alternativos, inclusive com substâncias caseiras. Há ainda 20%, ou até mais, que não sentiu nenhum sintoma. Ocorre que ninguém sabe exatamente quem terá a sorte de se curar sem o auxílio convencional médico e a recomendação é que já nos primeiros sintomas, o paciente procure a UBS Ruinaldo Nascimento, no bairro Castanheira para ser examinado pelos médicos. O protocolo agora recomenda que já se receite os medicamentos para a covid-19 mesmo que seja apenas uma suspeita.

OUTRAS AÇÕES DA PREFEITURA PARA EVITAR AGLOMERAÇÕES
Tendas montadas na frente da Caixa Econômica de Laranjal do Jari 


Para evitar a aglomeração de pessoas que buscavam fazer o saque dos valores do auxílio emergencial do governo federal, a Prefeitura de Laranjal montou um conjunto de tendas em frente da Agência da Caixa Econômica, que fica na Rua progresso e ao lado da praça central do Agreste. De acordo com a PMLJ, as tendas abrigam cerca de 200 cadeiras distribuídas com espaçamento seguro para evitar a disseminação do coronavírus. As aglomerações próximas as agências bancárias estão entre as principais reclamações da população laranjalense que realmente se preocupa com a proliferação do coronavírus. 

Ivan Lopes e Cláudio Chaves
Redação do Tribuna do Vale e blog a Força da ideia


quarta-feira, 6 de maio de 2020

"CLIMA DE CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE GUERRA", DEFINIU UM SERVIDOR DA UPA

UPA DE LARANJAL DO JARI | Atendendo acima da capacidade


Por Ivan Lopes*

Com 100% dos leitos e respiradores mecânicos ocupados, os pacientes que chegam em estado grave não encontram mais espaços desocupados. Os funcionários fazem o que podem e improvisam cadeiras para colocá-los. Se algum deles precisar de um respirador para sobreviver, infelizmente morrerá sem que se possa ser feito absolutamente nada. 

Esta é a situação da Unidade de Pronto-Atendimento de Laranjal do Jari que se transformou nos últimos dias no local de referência para o tratamento da Covid-19. E nem adianta transferir para Macapá, pois na capital não tem mais vaga. O Hospital São Camilo, por exemplo, já está praticamente lotado e tem dado preferência aos associados com planos de saúde. Ontem mesmo, a instituição rejeitou um paciente de Laranjal do Jari que arcaria com os próprios custos financeiros.  

E para piorar a situação ainda convivem como receio de que faltem medicamentos essenciais para a manutenção da vida dos hospitalizados. Os pacientes entubados e os que recebem oxigênio necessitam de medicamentos específicos, os quais tem sido garantidos através da parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. Alguns destes suprimentos estão em falta até na capital do Estado.

A UBS Ruinaldo Nascimento localizada no bairro Castanheira, passou a ser uma espécie de Pronto-socorro da Covid-19, inclusive passando a funcionar ininterruptamente. O novo protocolo orienta que os médicos receitem os medicamentos para a Covid-19 mesmo sem a comprovação da doença, que em alguns casos demora até 13 dias. “A recomendação agora é que as pessoas já procurem a UBS Ruinaldo já nos início dos sintomas, pois se deixar para depois pode agravar o quadro clínico e tornar-se irreversível”, tem alertado diariamente o secretário Municipal de Saúde.

Ontem, o Secretário Municipal de Saúde, Ted Menezes garantiu que todos os medicamentos de uso contra a covid-19 estão sendo garantidos pelo município e que somente a cloroquina está sendo racionado e sendo receitado preferencialmente para pessoas com mais de 50 anos ou que tenham comorbidades. “A nossa maior angústia é que ainda tem gente saindo de casa sem máscaras, fazendo aglomerações e desrespeitando as recomendações da OMS”, relatou Ted.

Assim como ocorreu nos países mais desenvolvidos do mundo como Itália, Espanha e Estados Unidos, aqui também faltam testes rápidos. Com isso, o número de pessoas que já contraíram a doença e até já se recuperam é infinitamente maior do que os quantitativos publicados pelo Governo do Estado.

Conforme último boletim epidemiológico, Laranjal tinha 92 pessoas confirmadas com coronavírus, 230 suspeitos e 7 óbitos. Depois do boletim morreram mais duas pessoas com a covid-19. As confirmações às vezes levam vários dias para aparecerem nas estatísticas oficiais, especialmente se o paciente não testa positivo no teste rápido. Vale destacar que é preciso esperar pelo menos 8 dias após o início dos sintomas para que o teste tenha resultado confiável.

O clima na UPA é de terror. A minha intenção enquanto cidadão e profissional da imprensa é pedir para que quem puder, FIQUE EM CASA.

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*Professor, jornalista e editor-chefe do Tribuna do Vale. 

sexta-feira, 1 de maio de 2020

COM DIAGNÓSTICO DE CHIKUNGUNYA E PNEUMONIA, VEREADOR DONATO SEGUE HOSPITALIZADO EM SITUAÇÃO ESTÁVEL

Vereador Donato Silva 

Internado no Hospital Estadual de Laranjal do Jari - HELJ, desde o último domingo, 26/04, com suspeita do covid-19 e quadro grave de dispneia, o vigilante e vereador Donato Silva recebeu o diagnóstico de chikungunya e pneumonia.

O teste rápido para o covid-19 deu negativo, entretanto, o mesmo aguarda o resultado de novos exames. No início dos sintomas apresentado pelo paciente cogitou-se a possibilidade de o mesmo ter contraído a dengue, doença que também tem características semelhantes a chikungunya.

O vereador apresentou uma melhora nas últimas horas e tem reagido positivamente aos medicamentos, entretanto continua recebendo oxigênio.

A família agradece a todas as mensagens de apoio e orações que tem recebido de amigos, colegas e até de desconhecidos.

Ivan Lopes, da Redação do Tribuna do Vale.

COM COMPLICAÇÕES PÓS COVID-19, EX-PREFEITO WALBER QUEIROGA FOI TRANSFERIDO PARA MACAPÁ

Walber Queiroga | Ex-prefeito de Laranjal do Jari 

Empresário, ex-prefeito e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Laranjal do Jari completará 52 anos de vida amanhã, 2 de maio.

Com complicações cardíacas após tratamento para o covid-19, o ex-prefeito de Laranjal do Jari Walber Queiroga precisou ser transferido no fim desta tarde para Macapá. O empresário Bode Queiroga, como é conhecido, possui um histórico de diabetes e hipertensão, e conforme seu próprio depoimento, foi tratado com cloroquina no Hospital de Laranjal.


De acordo com informações da família, o ex-prefeito não chegou a sofrer parada cardíaca, portanto as informações veiculadas nas redes sociais sobre isto não procedem.

Após ter recebido alta do hospital, onde permaneceu internado durante os sintomas da covid-19, Queiroga se recuperava em sua casa, entretanto, a partir de ontem, 30, sentiu dores no peito e hoje apresentou um quadro clínico que inspira cuidados. "Foi um dia muito doloroso e sofrido, mas Deus está no comando e pedimos para que orem por ele", resumiu um membro da família.

Que o nosso amigo tenha sua saúde restabelecida o quanto antes.

Ivan Lopes, da Redação do Tribuna do Vale.