Governo alegou crise financeira e informou bancos
sobre corte nos repasses.
Qualquer cobrança ao servidor será indevida, diz Procuradoria-Geral.
Qualquer cobrança ao servidor será indevida, diz Procuradoria-Geral.
A
Procuradoria-Geral do Estado (PGE) informou nesta quarta-feira (23) que há pelo
menos dois meses os valores de empréstimos consignados de servidores estaduais,
descontados em folha, não estão sendo repassados às instituições financeiras. A
medida, que foi comunicada aos bancos, segundo a PGE, é em função da crise
financeira e da redução de repasses federais ao Amapá, conforme a
procuradoria.
O valor
retido pelo tesouro estadual integra o pacote do governo para conter despesas e
viabilizar pagamentos de trabalhadores e prestadores de serviços. O
procurador-geral Narson Galeno disse que não há risco de inadimplência para o
servidor, e que a dívida é entre o Estado e financeiras. Qualquer comunicação
de cobrança será indevida, segundo ele.
"Existe
uma preocupação com o servidor ficar negativado, mas o contrato não fala isso,
pois o contrato é entre Estado e banco. Retiramos o dinheiro do salário e
repassamos ao banco, e quem deve é o Estado do Amapá. Entendemos essa situação,
mas é a única forma de manter os serviços. Foi reunido com os bancos para dizer
que 'estamos com esse problema'. Vamos quitar, mas precisamos 'respirar', senão
não tem como pagar a saúde, educação e a segurança pública", citou Galeno.
A
procuradoria reforçou que no início de 2015 efetuou o pagamento de mais de R$
54 milhões em repasses de empréstimos consignados que não haviam sido feitos
durante a administração do ex-governador Camilo Capiberibe (PSB), encerrada em
dezembro de 2014. A situação motivou a abertura de
uma ação de improbidade administrativa contra o ex-gestor.
O novo
débito com as instituições financeiras não tem prazo para ser quitado, disse o
procurador, que não revelou a quantia não repassada às instituições. Ainda para
justificar o corte, o governo acrescentou que foi obrigado a devolver valores
de convênios federais que não foram usados, além de saldar empréstimos atrsados
com a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES).
O atual
governador Waldez Góes (PDT), que também esteve à frente do Estado entre 2003 e
2010, já foi
indiciado anteriormente por não repasse do valor de empréstimos consignados
aos bancos, em um valor total de R$ 68 milhões entre os anos de 2009 e 2010,
conforme o Ministério Público do Amapá (MP-AP). Com isso, muitos servidores
foram cobrados pelos bancos de forma indevida.
Fonte: g1 amapá.
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