Parque fabril da Jari Celulose - Foto: Heider Torres (arquivoTV) |
A
falta dos recursos teria ocorrido em função de uma retenção de dinheiro feita
pelo Banco do Brasil, e de acordo com a empresa, o ato da instituição
financeira seria indevido, razão pela qual a Jari Celulose moveu uma ação
judicial pleiteando o desbloqueio dos referidos recursos.
Em
entrevista ao Programa Laranjal Notícias, Ivanildo Uchôa, presidente do Sindicato
dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel e Celulose dos Estados do Pará e
Amapá – SINTRACEL, informou que o pagamento dos trabalhadores estava previsto
para ser realizado no último dia 5 de abril, entretanto, a expectativa não se
efetivou em função de o Banco do Brasil ter feito o bloqueio de R$ 25 milhões.
Esse valor seria utilizado pela empresa para o pagamento de insumos, combustíveis
e salários dos servidores e fornecedores.
De
acordo com Uchôa, a juíza da Vara Cível de Laranjal do Jari determinou que o
Banco devolvesse o recurso, entretanto, o Bando do Brasil não acatou a ordem
judicial e entrou com um recurso para manter o bloqueio. Diante da situação, a
magistrada realizou nova determinação, desta vez solicitando o desbloqueio
imediato de apenas R$ 8 milhões, os quais teriam como objetivo a quitação da
folha salarial.
O
representante do Sintracel disse que está na expectativa sobre a decisão do
Banco do Brasil, se cumpre a decisão judicial ou se entra com uma nova ação
para evitar o desbloqueio. O Banco do Brasil é um dos credores da Jari
Celulose.
Uchôa
revelou que foram embarcados no último navio 2,5 mil toneladas de celulose e
que a empresa Jari Celulose é responsável por cerca de 2 a 2,5 mil
trabalhadores diretos e indiretos.
A
Jari Celulose, que é controlada pelo empresário Sérgio Amoroso, está em
negociações com investidores para vender uma parte ou totalidade de seu
negócio. Segundo Uchôa, há fortes especulações de que o parque fabril seja
negociado ainda neste ano, mais precisamente no início do segundo semestre, e
que a área de floresta cultivada permaneça sob o controle do Grupo Orsa.
Instalada em município
de Almeirim, no Estado do Pará, a fábrica da Jari é responsável pela maior
parte dos empregos na divisa dos Estados do Pará e Amapá e acumula dívidas de
R$ 1,2 bilhão. A entrada de um sócio é vital para manter as operações da
companhia, especializada em celulose solúvel (usada para a produção de tecido).
Apesar das dificuldades
enfrentadas, a expectativa da empresa é positiva. De acordo com matéria
publicada pelo Jornal O Estado de São Paulo, o aumento do preço da celulose no
mercado internacional e o movimento de consolidação do setor – que ganhou força
após a fusão entre Suzano e Fibria -, os acionistas da Jari Celulose começaram
a se articular para buscar um sócio para o negócio e evitar uma recuperação
judicial, afirmaram fontes próximas às negociações.
Ivan Lopes, da Redação do Tribuna do Vale.
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