sábado, 17 de novembro de 2018

CIDADE DE OIAPOQUE, NO AP, SERÁ 100% AFETADA POR SAÍDA DE CUBANOS DO MAIS MÉDICOS


Município diz que todos os profissionais de atenção básica da rede pública são cubanos.

Isaú Macena, secretário de saúde de Oiapoque — Foto: John Pacheco/G1

Após a decisão do Ministério da Saúde de Cuba de retirar os profissionais do Mais Médicos no Brasil, muitas cidades no Amapá viram com preocupação a medida que vai atingir principalmente a atenção básica, com a perda de 73 profissionais. Em Oiapoque, no extremo Norte, as equipes do Programa Saúde da Família são formadas inteiramente por médicos cubanos.

A administração da cidade prevê um prejuízo na área com a saída dos seis profissionais, que ao lado de enfermeiros e técnicos, atuam na saúde preventiva na sede do município. A Secretaria de Saúde da cidade alega não ter como contratar novos médicos e aguarda pela definição do Governo Federal sobre a reposição das vagas.

"Nossa atenção básica fica totalmente comprometida. Ficamos totalmente dependentes do anúncio do Governo Federal pra saber como vamos suprir essa ausência de médicos cubanos: se vão buscar de outras nacionalidades ou aqueles que se formaram no Brasil", espera Esaú Macena, secretário de saúde de Oiapoque.

Além dos seis profissionais no Saúde da Família, Oiapoque conta com outros dois médicos cubanos atuando em áreas indígenas coordenadas pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai). A prefeitura da cidade ainda lamenta que a distância dos grandes centros limita a contratação de novos médicos.

Atendimento de saúde sendo feito em aldeia indígena de Oiapoque — Foto: Abinoan Santiago/Arquivo G1


"O médico não vai deixar de sair da capital para trabalhar na estratégia onde o salário é menor que a média e alta complexidade. Os cubanos estão apreensivos, eles também estão sem saber. Só foram notificados e estão aguardando", completou o secretário.

Dos 73 profissionais do Mais Médicos espalhados pelos municípios do Amapá, a maior parte está em Santana, com 21 cubanos. A capital Macapá atualmente está com seis médicos. Representantes das secretarias de saúde se reuniram nesta sexta-feira (16) para tomar medidas sobre a redução.

Secretários de saúde se reuniram para medidas após fim do programa — Foto: John Pacheco/G1

 "A nossa briga é para contratar esses médicos aqui no Brasil. Será que vai ter mais de 8 mil médicos para suprir essa necessidade? Vai conseguir se repor a tempo até o fim do ano? São médicos que atuam diariamente, são 40 horas por semana e estamos bastante preocupados. A ida no hospital vai aumentar, a atenção básica vai ficar completamente descoberta", lamenta Marcel Menezes, presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Amapá (Cosems-AP).

Fonte: G1 Amapá. 



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