Às 19h desta terça-feira, 24, o Rio Jari atingiu a marca de 3,25m, sendo este o maior nível alcançado pelas águas em Laranjal do Jari neste ano. A maior altitude do rio que faz limite entre o Amapá e o Pará já registrada foi 3,84m ocorrida há 22 anos, em maio do ano 2000.
Profissionais do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Guarda Municipal e Exército se reuniram nesta noite para definir novas estratégias que serão adotadas a partir desta quarta-feira. A vazão do Rio Jari continua crescendo e as previsões é da ocorrência de fortes chuvas nos próximos dias.
Equipes da companhia de eletricidade Equatorial estão fazendo vistorias
nas áreas alagadas para verificar pontos que oferecem riscos, pois com a
elevação do rio as fiações e caixas de medidores estão se aproximando da água e
colocando a vida das pessoas em risco. Nos próximos dias a empresa encaminhará
relatório para que a Defesa Civil tome a decisão de autorizar o desligamento.
“É uma decisão muito difícil que esperamos não sermos obrigados a tomá-la, mas
se tiver colocando a vida das pessoas em perigo a gente vai ter que desligar”,
revelou o Coordenador Municipal da Defesa Civil - COMDEC, GM Erbson Souza.
Quanto mais sobe o nível do rio, mais aumentam as dificuldades da equipe
da defesa civil em realizar a remoção dos moradores e de fazer o abastecimento
de água potável. Tais serviços nas passarela têm sido feito através de
embarcações e o comandante da COMDEC declarou que precisa urgentemente de mais
dois ou três barcos para continuar prestando o atendimento.
Por telefone, o Comandante Erbson relatou que somente nesta terça a Comdec recebeu quase trinta ligações com pedidos de remoções. Por medida de segurança, as equipes trabalham até as 20h. “Apesar dos nossos esforços, estamos enfrentando dificuldade em realizar a distribuição de água potável”, salientou. A água é transportada através de carros-pipas do exército e prefeitura, jirico (pequeno trator) com caixas d’água e dois barcos.
O município continua com três abrigos em funcionamento: Clube BQ, Ginásio Esportivo do Buritizal e Escola Raimunda Capiberibe, sendo que os dois primeiros já estão totalmente lotados.
Atendendo a reivindicação dos moradores, o comandante realizou uma reunião com os condutores de catraias, lanchas e rabetas com o objetivo de conscientizá-los sobre a necessidade de evitar navegar em alta velocidade, pois as ondas provocadas pelas embarcações causam prejuízos e riscos de desmoronamento das residências próximas. Depois do encontro, os próprios moradores observaram a diminuição do problema.
Erbson pediu para que donos de embarcações que queiram contribuir com a Comdec entrem em contato através (96) 99139-7824. Este telefone deve ser usado também pelas pessoas que precisam solicitar água potável ou remoção das famílias.
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Ivan Lopes, com apoio e imagens de Francisco Barbosa.
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