O superintendente de Vigilância em Saúde do Amapá, Dorinaldo Malafaia, participou de reuniões com equipes locais da Vigilância Sanitária em Laranjal do Jari, no Sul do Amapá, e no Distrito de Monte Dourado, no Oeste do Pará, para discutir estratégias visando evitar que a população local seja vítima pela Síndrome de Haff, conhecida como urina preta, cujo transmissor são peixes como o tambaqui, pirapitinga, badejo, arabaiana ou crustáceos como lagosta, lagostim, camarão.
A Secretaria Municipal de
Saúde de Laranjal do Jari, através do
Departamento de Vigilância em Saúde também tem realizado fiscalizações e
orientações aos peixeiros da região sobre os cuidados que devem ter na
aquisição, manuseio e conservação dos pescados.
Não há nenhum caso da doença
no Amapá, e até agora não nenhuma razão para que a população deixe de consumir
o pescado, pois a maioria do pescado consumido localmente vem dos municípios da
Costa do Amapá e dos Estados do Maranhão e Mato Grosso, ou seja, de áreas onde
não existe incidência da síndrome de Haff. Os casos suspeitos estão
concentrados nos Estados do Amazonas, na Bahia, no Ceará e no Pará
Quando o peixe não é
guardado e acondicionado de maneira adequada, ele cria uma toxina sem cheiro e
sem sabor. Ao ingerir o produto, mesmo cozido, a toxina provoca a destruição
das fibras musculares esqueléticas e libera elementos de dentro dessas fibras
no sangue, ocasionando danos no sistema muscular e em órgãos como os rins.
O chefe da SVS informou que
está sendo feito um levantamento sobre as origens do abastecimento do Amapá,
mas já é de conhecimento de todos que os peixes como pirapitinga e tambaqui são
trazidos em sua grande maioria do Maranhão e Mato Grosso.
Dorinaldo ainda enfatizou
que a Sindrome de Haff foi descoberta em 1924 e que até hoje a literatura
científica não tem uma certeza sobre a origem da doença. “É importante que os
comerciantes façam a evisceração (retirada das vísceras) dos peixes e redobre
os cuidados com o acondicionamento”. O fato é que a toxina só é produzida
quando o peixe começa a se estragar.
Uma vez contaminada, ocorre na pessoa uma extrema rigidez muscular de forma repentina, dores musculares, dor torácica, dificuldade para respirar, dormência, perda de força em todo o corpo e urina cor de café, pois o rim tenta limpar as impurezas, o que causa uma lesão na musculatura. A doença causa muitas dores musculares, lembrando a dengue, porém sem febre. Os sintomas costumam aparecer entre 2 e 24 horas após o consumo dos peixes ou crustáceos.
Apesar de perigosa, a
doença tem cura e a hidratação é fundamental nas horas seguintes ao
aparecimento dos sintomas, uma vez que assim é possível diminuir a concentração
da toxina no sangue, o que favorece sua eliminação através da urina. Nos casos
graves, pode ser necessário fazer hemodiálise.
Ao sentir dores musculares
e apresentar urina escura após o consumo de peixes ou crustáceos, deve-se
procurar imediatamente uma unidade de saúde.
Ivan Lopes, da Redação do Tribuna do Vale.
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