Cansados dos prejuízos, cansaço, demora e todos
os sofrimentos impostos pelas péssimas condições do trecho Sul da BR 156 que
liga a capital Macapá a Laranjal do Jari, no Sul do Amapá, os caminhoneiros e
motoristas profissionais fecharão a rodovia neste domingo, 31, visando chamar a
atenção das autoridades para a dura realidade enfrentada por todos aqueles que
são obrigados a fazerem o trajeto.
O bloqueio deverá acontecer nas proximidades de
Água Branca do Cajari no início da manhã. Somente ambulâncias serão permitidas a passarem pelo bloqueio. Os profissionais do volante
reivindicam melhorias para a estrada e as pontes, pois elas colocam suas vidas
em iminente risco.
Apesar de a manifestação ser liderada pelos
caminhoneiros, é certa que ela receberá o apoio daqueles que precisam trafegar
pela rodovia, pois todos sofrem as condições precárias da BR 156. A vida dos
moradores do Sul do Amapá e Oeste do Pará é afetada diretamente pelas condições
da única estrada que liga a capital amapaense, sejam os veículos de transporte
de passageiros, cargas, segurança pública, ambulâncias e correios.
A BR-156 possui 812 quilômetros, segundo a
Secretaria de Transportes. No trecho Norte, de Macapá a Oiapoque, são 569
quilômetros; no Sul são mais 243 quilômetros entre a capital e Laranjal do
Jari. “Estamos cansados desse sofrimento, pois nesse período de chuvas gastamos
doze horas ou mais para percorrer um trecho de 260 km”, declarou um dos membros
do movimento.
Apesar dos altíssimos investimentos feitos pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para a realizar a manutenção do trecho, o sofrimento dos motoristas e passageiros se repete a cada ano. Há lotes que recebem R$ 8 milhões, mas nas primeiras chuvas retornam os problemas com atoleiros, pista lisa, voçorocas e buracos típicos de estradas sem pavimentação.
Considerada a rodovia federal mais antiga em construção no país, a BR 156 já teria consumido 80 anos desde que o marechal Cândido Rondon a projetou, como fator de integração da Amazônia Setentrional. Ao todo, são 812 quilômetros entre Laranjal do Jari, na divisa do Amapá com o Pará, e Oiapoque, na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, dos quais 500 quilômetros já estão asfaltados. No trecho Sul não há um só quilômetro asfaltado.
De acordo com o Dnit, estão em andamento os
projetos de pavimentação contratados, com previsão de conclusão em 2021. Esse
segmento está dividido em quatro lotes de obras e todos já possuem contrato em
andamento para elaboração de estudos e projetos básico e executivo, visando a
execução das obras de implantação e pavimentação da rodovia, incluindo
adequação de capacidade e melhoramentos da Travessia Urbana de Laranjal do
Jari.
Por Ivan Lopes, da Redação do Tribuna do Vale.
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