Logo após o anúncio oficial sobre o parcelamento
dos salários dos servidores públicos do Amapá, feito pela Secretaria de
Planejamento do Estado (Seplan) no último sábado, 26, o ex-governador Camilo
Capiberibe e o Senador João Alberto Capiberibe, ambos do PSB amapaense, se
posicionaram sobre o assunto através das redes sociais.
A notícia veiculada pelo site do GEA
pegou a todos de surpresa. De acordo com a mesma, será feito o pagamento de 60%
do salário na próxima quinta-feira, 31, e o restante para o dia 10 de abril. A
Seplan informou ainda que o governo estuda a possibilidade de manter o
parcelamento em abril e maio, ou fixar a data do pagamento integral todo dia
10.
Para uma ala de professores, a medida
usada pelo Governo do Estado seria uma estratégia de Waldez Góes para
justificar o descumprimento do reajuste salarial e a data-base.
Pelo Facebook Camilo Capiberibe escreveu: “Quero me
solidarizar com os servidores públicos estaduais que terão a partir de março a
difícil tarefa de sobreviver com seus salários parcelados. A folha do
funcionalismo é estratégica para a economia do Amapá e o que estamos vivendo é
o resultado de uma junção de erros graves e grosseiros de gestão e uma profunda
inversão de prioridades que estão nos levando à beira do abismo. Apenas para
efeito de comparação, em março de 2014 o Amapá recebeu 132 milhões de FPE e em
março de 2016 serão 150 milhões”, publicou.
O Senador João Capiberibe também
lamentou a decisão tomada pelo governo atual. Disse ele: “Como prefeito de
Macapá por quatro anos e como governador do Amapá por pouco mais de 7 anos,
nunca atrasei por um só dia salário de servidor público porque reconheço a
importância desse cumprimento para a vida do servidor, que depende desse
recurso para viver. É inaceitável que o governador esteja atrasando e
parcelando o salário de servidor no Amapá. Nós vamos cobrar desse governo
seriedade e honestidade com recursos públicos. Não aceitamos parcelamento nem
atraso de um governador que não tem controle das finanças e que começou a
gestão aumentando seu próprio salário. Quando governou o Amapá, o PSB nunca
atrasou ou parcelou salário de servidor”, relatou.
O GEA, através dos Secretários
apresenta as suas justificativas: “O cenário de recessão observado no primeiro
bimestre de 2015 manteve-se inalterado no mês de Março deste ano, pois no
primeiro decêndio do FPE (Fundo de Participação dos Estados) houve uma queda de
16 milhões de reais em relação ao mesmo repasse de 2015. O ICMS (Imposto Sobre Circulação de
Mercadorias) apurado até o último dia 25 foi de R$ 48 milhões sendo que no
mesmo mês de 2015 o valor arrecadado foi de R$ 59 milhões. Ou seja, só no mês
de Março o governo já acumula perdas na arrecadação de, aproximadamente, 25
milhões de reais”, explica o secretário Teles Júnior.
De acordo com as contas da Fazenda, o
primeiro bimestre de 2016 o Estado já havia sentido uma queda de R$ 55 milhões
na arrecadação em relação a 2015.
"Queremos fazer um
agradecimento a todos os servidores públicos do Amapá pela forma como nos
ajudam a manter a máquina pública funcionando e prestando serviços ao cidadão.
Este é um ano muito difícil. São muitos desafios, mas não se faz poder público
sem servidores", completou Josenildo Abrantes.
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